No dia 21 de outubro de 2019, a revista Vida Nueva, da Espanha, tinha publicado uma matéria intitulada “Heraldos del Evangelio: examen vaticano a fondo”, dedicando numerosas páginas ao tema, e publicou também o artigo que os Arautos do Evangelho tinham enviado em resposta às perguntas, muito genéricas, enviadas previamente pela revista.
O contexto dessas publicações foi explicado em artigo anterior, o qual apresentava a íntegra da resposta dos Arautos, publicada em duas partes (ver aqui e aqui).
Contudo, dado o caráter genérico das perguntas que tinham sido feitas, os Arautos observaram ser necessário proceder a um esclarecimento ulterior, dedicado especificamente aos fatos apresentados pela revista.
Ora, já no dia 25 de outubro de 2019, a revista teve a infeliz atitude de arremeter novamente contra os Arautos com uma segunda publicação, intitulada “Heraldos del Evangelio: caso abierto”. O setor de imprensa da instituição procedeu, pois, a exigir da revista a publicação de uma defesa mais cabal, como direito de resposta.
Esta segunda resposta dos Arautos – cujo conteúdo, traduzido ao português para os leitores de Arautos Véritas, publicaremos a continuação em duas partes – foi publicada na edição seguinte da revista Vida Nueva, que saiu a lume no dia 19 de novembro de 2019.
Contudo… no mesmo número, Vida Nueva publicou uma terceira matéria, intitulada “El Vaticano retoma la intervención de los Heraldos del Evangelio”. Ali, os fatos são novamente distorcidos e tirados do contexto. O setor de imprensa, mais uma vez, responderá, e o continuará fazendo enquanto a verdade não apresentada ao público como ela merece. A novela, portanto, continua…
Segue, a continuação, a Parte I do segundo artigo.
Resposta dos Arautos do Evangelho para “Vida Nueva”
A Revista “Vida Nueva” decidiu voltar à carga sobre um tema de candente atualidade para ela, dedicando-lhe numerosas páginas. “Arautos do Evangelho: caso aberto”, é o título com que Dario Menor, fazendo alarde de estratégicos e indiscretos confidentes em Roma, abre o seu artigo acusatório a respeito desta Associação Privada de Fiéis que está se tornando famosa, por incrível que pareça, graças ao fogo inclemente de seus detratores.
É útil lembrar os mais recentes golpes de esgrima intelectual travados entre um órgão de imprensa católico espanhol e os Arautos do Evangelho.
O primeiro artigo que publicaram sobre a Associação se intitulava “Arautos do Evangelho: Vaticano examina a fundo” (21/10/19). Nele se descreviam os seguintes tópicos que justificariam o comissariado imposto pela Congregação dos Religiosos à Instituição. Eis a catilinária: alienação parental, abusos de poder, prática de exorcismos irregulares, desvios eclesiológicos com falta de aceitação do Papa, coleta de donativos sem autorização do bispo diocesano, deficiências na formação acadêmica oferecida nas suas escolas, intimidação aos que pretendem abandonar a instituição e culto fanático ao fundador.
Os Arautos do Evangelho foram consultados sobre a matéria e suas explicações foram publicadas no mesmo dia 21/10/2019. Em um texto simples e claro eram respondidas as acusações apresentadas pelo jornalista Menor.
Depois desses esclarecimentos, o debate deveria ter se encerrado. Mas, pelo visto, algum dos confidentes privilegiados do jornalista, ao ver desmontada peça por peça sua “demolidora” argumentação, perdeu o sossego; pois, se de fato os motivos alegados para o comissariado não eram pertinentes nem suficientes, não correria a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (CIVCSVA) o risco de ficar ante os leitores de “Vida Nueva” como inábil ou arbitrária? A resposta deixamos ao leitor, mas, em todo caso, se non è vero, è bene trovato…
No caso de essa hipótese ser verdadeira, seria necessário, mais ainda, urgente, motivar de novo – seria a segunda tentativa… – o comissariado já “decretado”. Em termos correntes, urgia salvar a face. Para tal, o passarinho romano abriu de novo seu bico de ouro – o que nunca deveria ter feito em razão do sigilo de ofício – a fim de dar um novo canto contra os Arautos. Desta vez, suas razões deveriam ser mais contundentes, escandalosas, definitivas. Recorrer a quê? A maquiavélica pena de Menor encontrou nos velhos laxistas seu leitmotiv: “Cum finis est licitus, etiam media sunt licita”, ou seja, qualquer método é bom desde que se alcance uma finalidade boa. Em consequência, até utilizar a máquina da difamação e profetizar condenações inquisitoriais, como as do tempo de São Pio V, poderiam servir a fim de justificar o injustificável. E estamos em plena primavera profética: a era da misericórdia!…
Semelhança de métodos… semelhança de metas?
Causa não pouca estranheza notar certa semelhança de estilo entre o artigo escrito por Menor e a atual campanha de difamação antirreligiosa contra os Arautos em certos países em que a atuação da Instituição é mais patente e incômoda para certos poderes. Noticiar graves acusações, sem motivos suficientes e sem antes verificar sua fundamentação e credibilidade – condimentando ainda a narração com detalhes mórbidos –, é um método moderno de condenar a vítima a uma espécie de damnatio honoris popular, ainda antes de a justiça ter concluído seu julgamento. Que assim proceda a imprensa adversa à Igreja já é criticável, mas que, em boa medida, um jornalista o ponha em prática num meio de comunicação católico, surpreende e entristece.
O objetivo da imprensa laica é, sem dúvida, desprestigiar a Igreja, seus valores, sua fé. Seja-nos permitido perguntar: se no presente caso há semelhança de métodos, haverá também semelhança de metas? Estaremos diante da enésima tentativa de católicos, movidos por uma espécie de esquizofrenia suicida, de autodemolir o sagrado edifício que os acolhe com sua maternal proteção? Os Arautos são Igreja tanto quanto a comunidade jornalística de “Vida Nueva”. Então, como explicar o uso de métodos dignos do volterianismo aggiornato em páginas que deveriam apresentar-se ao público como honestas e regadas com água benta? Sim, neste triste jogo de esgrima, que fere e mata, vemos um membro da Igreja agredindo outro… E por fim, a atingida é a própria Igreja.
Tanto mais que a vida consagrada, sobretudo na Europa, está em franco declínio. As ordens antigas, que povoaram o firmamento da Esposa de Cristo com as glórias de seus santos, hoje sofrem grave crise vocacional. Dói dizê-lo, mas é a verdade conhecida como tal. Neste contexto, se uma publicação católica se dedica a destruir galhos que dão flor e fruto, o que será da árvore em boa parte já ressecada?
Fazendo constar que a iniciativa do ataque tem sido até agora sempre de “Vida Nueva”, permita-nos refutar com franqueza e sem meias tintas o recente golpe. Em primeiro lugar, respondemos às acusações que se concentram em dois grandes grupos temáticos: os supostos abusos contra menores e a devoção professada pelos membros ao fundador.
“Quem declara a verdade manifesta a justiça; a testemunha mentirosa sustenta a falsidade” (Provérbios 12, 17)
A respeito das acusações de supostos abusos de menores, a Instituição, por respeito ao sigilo judicial e à integridade moral das pessoas envolvidas, deve ser cautelosa. Em todo caso, se reafirma que “com o favor de Deus, não há abusos sexuais”. Sem embargo, certas observações genéricas têm propósito:
- Algumas denúncias mencionadas pela revista foram investigadas pelas autoridades judiciais, com a plena e transparente cooperação dos supostos implicados, e foram consideradas impertinentes ou inclusive falsas. Em uma delas, o/a denunciante se tornou réu/ré ipso facto de difamação e calúnia. As autoridades eclesiásticas têm sido regularmente avisadas.
- Outras duas denúncias estão sob juízo do tribunal penal. As acusadoras foram denunciadas perante a justiça e seus processos correm já pelas vias legais. Disso se dará também conta às autoridades eclesiásticas competentes a seu tempo.
- É necessário notar que têm sido características bastante gerais das peças acusatórias a contradição interna do próprio relato ou entre as diversas declarações a órgãos da imprensa por parte dos acusadores, assim como a contradição dos dados apresentados nas denúncias em relação aos fatos que emergem de documentos devida e prudentemente guardados em arquivo pela Instituição. A seu tempo se informará a opinião pública. Por agora, nem sequer o direito à boa fama – menoscabada pela violação do sigilo profissional do informante romano de Menor – nos permite oferecer maiores detalhes, que falariam todos a nosso favor. Aos Arautos lhes agrada ser sempre sérios.
- Por último, há que levar em conta que a restrita onda de denúncias não foi espontânea como quiçá se pretende apresentar. Já há suficientes provas indicando a existência de um grupo delitivo organizado com intenção de destruir a obra dos Arautos. Esse grupo recruta membros nas redes sociais, chega a oferecer dinheiro e adapta ou modifica os relatos enviados pelas supostas vítimas. Segundo registram diversos testemunhos, tal grupo, cujo raio de ação é principalmente o Brasil e outros países das Américas, poderia ser coordenado como marionete por uma mão misteriosa localizada na caput mundi. Será dever dos Arautos apresentar in tempore opportuno os resultados dessas investigações que estão sendo levadas a cabo com rigor profissional, para que a verdade nos liberte.
(continue lendo a Parte II)
É bastante surpreendente a sincronia [o que acontece ao mesmo tempo] entre os ataques na Europa e no Brasil, principalmente. As inverdades parecem ser trocadas por e-mail entre os nossos adversários… tal é a semelhança entre as mentiras levantadas. Aliás, os ‘destruidores de reputação’ sempre agem desta forma: são revoadas de urubus e gralhas disseminando o mal odor de suas maquinações. E ainda se aproveitam das ondas de calor dos ventos malignos que têm infestado as nações e destruído sua personalidade própria e criado povos sem honra e sem reação adequada. Essas gralhas procuram tirar das pessoas a vontade de lutar, de se defender e insufla nelas o mal odor da inanição e da entrega… Elas querem tirar a vontade de resistir. Dominar pela força da pressão, da mentira, da pertinácia infernal. São como os anjos decaídos que se recusaram a servir a Deus e optaram pela revolta inglória e vil. Estamos ouvindo tocar as trombetas a convocar os sectários para a ofensiva. Mas, não vencerão!