O Revmo. Pe. Olavo nos fez chegar um depoimento valioso, que temos o prazer de reproduzir abaixo. Esse sacerdote é um grande amigo dos Arautos, de longa data; um amigo das horas duras, de todos os tempos, e os Arautos lhe são especialmente gratos pelo seu desvelo incansável, pois não media esforços para atender às necessidades de cada um. Em seu depoimento, o Pe. Olavo – enquanto exprime sua solidariedade com os Arautos do Evangelho – lembra fatos que viveu em primeira pessoa, os quais significam, para ele, que a “agressividade e falsificação” não são um recurso recente por parte do programa “Fantástico”. Os parênteses provêm do próprio texto original.
Estava celebrando (assistindo) o matrimônio de dois casais quando, justo na hora da troca de consentimento, irrompem inopinadamente pela igreja repórteres e cinegrafistas com toda a parafernália de filmadoras e gravadoras, mais parecendo assaltantes armados, a ponto de provocarem exclamações assustadas dos assistentes (ahhhh!). Isto ocorreu pelos dias 14 ou 15 de agosto do ano 1978. A TV Globo deve ter em seus arquivos os dados exatos.
Com toda pressa aproximam-se do sacerdote, separam o primeiro casal (que estava respondendo o “SIM”) com as mãos e introduzem o microfone próximo à minha boca, com perguntas, cometendo o crime de “turbação de culto” segundo o Código Penal. Chamei então um grupo de homens que estavam assistindo à cerimônia para retirarem esses “moleques” da igreja, para poder continuar a cerimônia. Vieram homens, rapazes, senhoras, moças, movidos por grande indignação e ira e puseram jornalistas e ajudantes a correr para um carro e sumir. No tumulto, quebrou-se uma filmadora de grande valor.
Outro crime da Globo: não deixaram de filmar esse grupo de umas vinte pessoas com as mãos levantadas contra eles e increpando-os, mas apresentaram essa cena no Fantástico como se fosse um motim contra o pároco de Santo Antonio de Miracema, não contra eles. De nada valeram os desmentidos e carta que enviei ao diretor da rede, Roberto Marinho.
Desde o início, a característica moral do Fantástico, assim como a de certas correntes esquerdistas do Brasil, é agressividade e falsificação
Vê-se por aí que, desde o início, a característica moral do Fantástico, assim como a de certas correntes esquerdistas do Brasil, é agressividade e falsificação.
Toda essa farsa ruidosa tinha como intuito último atingir os precursores dos Arautos (TFP), como se viu explicitamente no programa Fantástico seguinte. Não havia razão suficiente para tumultuarem uma tão pequena cidade como Miracema, menos ainda uma pequena capela de um distrito dela.
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Anos depois, um dos que arquitetaram essa farsa – diretor do Fantástico – foi acometido de um mal súbito (ficando meio paralisado). Por meio de pessoa amiga dele quis reconciliar-se comigo, inclusive desejando estar comigo, mas queria que essa pessoa amiga estivesse presente, porque estava com muita vergonha (do que fizera). Por agravar a sua doença, não pôde realizar esse desiderato, mas trocou correspondência comigo, inclusive enviando livros religiosos. Dedicou-se depois a fazer pesquisas sobre vidas de santos, aliás, as que li, bem objetivas e inéditas.
In Iesu et Maria
Pe. José Olavo Pires Trindade.
