Após a chegada da notícia que o Vaticano, por meio da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, estava promovendo um Comissariado para a Associação Privada de Fiéis Arautos do Evangelho, o Presidente Geral da Instituição, o Sr. Felipe Lecaros Concha, se assessorou junto a vários canonistas para estudar em profundidade a questão. Alguns desses estudos têm sido publicados aqui (por exemplo, aqui, aqui e aqui).
Considerando o resultado do estudo, o Departamento de Imprensa dos Arautos do Evangelho emitiu, em 19 de outubro de 2019, um comunicado dando a conhecer a posição da Instituição. A seguir, em 22 de outubro, ele escreveu uma carta de cinco páginas ao Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, na pessoa da Dra. Linda Ghisoni, comunicando as dificuldades encontradas pela Associação, e apresentando os argumentos pelos quais solicitava um esclarecimento da parte do Dicastério.
Veja abaixo a íntegra da carta.
Me toca em especial o item V desta carta. A forma como este processo foi conduzido pela Congregação de D. Aviz, com a antecipada divulgação pelo portal do Vaticano deste decreto, dando margem (ou quem sabe incentivando) a que a mídia sensacionalista e anti-católica especulasse e difamasse de forma implacável não somente a Instituição, como principalmente seu Fundador Mons. João Clá, trazendo graves prejuízos a honra e integridade dos atingidos. A tudo isso a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada assistiu indiferente, ou talvez com uma cumplicidade escandalosa. Sabendo da fragilidade de suas argumentações, procurou minar junto a opinião pública católica a credibilidade dos Arautos, de forma que ninguém ousasse sair em sua defesa. Um decreto datado do ano de 2014, elaborado três anos antes da Visita Apostólica!! A nós fiéis compete agora confiar na isenção e competência do Dicasterio para os Leigos, na intervenção paterna do Santo Padre (induzido ao erro por aqueles em quem deveria confiar) e na Justiça Divina, que nunca abandona e desampara os que nela confiam. E seguiremos confiantes mas atentos dispostos a não nos calar, defendendo em comunhão eclesial e com espírito resoluto a integridade ilibada dos Arautos e de seu Fundador.
Permitam-me expressar que, conhecendo esta carta (para o Dicastério para os Leigos), me sinto muito feliz, porque a perfeição é percebida nela, conteúdo, sentido e formas: humilde veneração filial que determina! E determina para a Justiça, de acordo com Deus, com Sua lei canônica, normas sagradas e equidade devida.
E é que, embora as autoridades espirituais da Igreja devam ser sempre muito respeitadas e veneradas, a verdadeira Justiça, além de amada e procurada, pode ser até adorável, pois é sabido que Deus não é apenas justo, mas Ele é a Justiça.