Em entrevista com o Revmo. Pe. Alex de Brito, EP, o repórter da rádio CBN, Chico Prado, fez referência à nomeação do cardeal D. Raymundo Damasceno como Comissário dos Arautos do Evangelho: “É uma investigação que será feita?”
“Não”, afirmou o sacerdote. Com efeito, a Associação já tivera entre 2017 e 2018 uma Visita Apostólica, para a qual foram designados dois bispos e uma religiosa. Após visitarem todas as casas e entrevistarem a quase totalidade dos membros, ex-membros, familiares e sacerdotes, reuniram-se com os superiores relatando “não [terem] encontrado absolutamente nada contra a moral, os bons costumes, a doutrina ou alguma coisa grave, seja do ponto de vista civil, [seja] do ponto de vista eclesiástico”.
Desse período datam mais de 900 cartas de cardeais, arcebispos, bispos e padres “agradecendo e abonando todo o trabalho da Instituição”, assegurou o sacerdote.
Na reunião acima mencionada, os Visitadores apresentaram oito perguntas que, salientou o sacerdote, “vieram deste mesmo grupo” [de desafetos à Instituição]. A resposta, distribuída ao longo de 570 páginas com mais de 70 anexos, divididos em aproximadamente 40 volumes, foi entregue aos Visitadores e levada à Santa Sé.
Entretanto, meses depois, veio a lume um decreto de Comissariamento aos Arautos do Evangelho, publicado no Vatican News. O documento, todavia, não trata de delitos, mas de supostas carências da Associação. Ora, carências todos têm.
Assim, para os Arautos do Evangelho, a nomeação de D. Damasceno como Comissário personifica o canal de comunhão entre a Santa Sé e a Instituição, procurando elevá-la a uma perfeição ainda maior que a buscada até então.