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Monsenhor João: Como passar pela porta estreita?4 minutos para ler

Em homilia proferida em 26 de agosto de 2007, o fundador dos Arautos do Evangelho, Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP, advoga em favor da disciplina e da observância das normas, como uma forma de se promover o respeito mútuo, o êxito da sociedade e a união entre os povos.

Assista ao trecho:

Seguem as próprias palavras de Monsenhor João Clá:

A disciplina é indispensável [1], porque, se nós não somos corrigidos, se nós não somos orientados, se nós não recebemos da parte de alguém uma noção de como devemos nos comportar… A educação é fundamental, é indispensável.

Ora, é isso que Deus faz conosco, e Deus chama isto de porta estreita. Porque, é claro, para passar por essa porta, é preciso ater-se a uma série de regras, a uma série de normas, a uma série de orientações, de respeito aos outros, respeito às próprias conveniências pessoais. É preciso tratar-se como um templo do Espírito Santo. Nós somos um templo de Deus, um templo do Espírito Santo.

E por isso nós mesmos, conosco, devemos ter um respeito extraordinário. Ainda que estejamos a sós, ainda que estejamos nos preparando numa manhã, nesta, naquela manhã, para atividades comuns e correntes da vida, ainda aí nosso respeito para conosco mesmos deve ser íntegro, total, pleno. Portanto, nós devemos não só respeitar os outros, mas a nós mesmos. Para isso é preciso disciplina, não há por onde.

Em tempos idos, a disciplina era muitíssimo mais rígida. Eu mesmo passei por um regime disciplinar muito diferente do que existe hoje. E se eu, hoje, dou alguma coisa, é por causa da disciplina que eu recebi desde a infância, é por causa da disciplina que eu recebi no colégio, é por causa da disciplina que eu recebi no exército.

Querer fazer as próprias vontades, querer estar inteiramente solto, largado, e como se fosse um bicho, um animal… Bicho e animal têm disciplina. Nós ensinamos o cachorro a sentar-se, nós ensinamos o cachorro a latir quando vem o ladrão, nós ensinamos… Tem mestres de cães que dão aos cães uma educação perfeita para animal. Agora, por que é que o homem não vai ter a sua educação?

Não basta ouvir, não basta até comungar, o que é preciso é ter uma disciplina de vida. Sem disciplina de vida, nós não praticamos a virtude como devemos, porque nossas inclinações vão fazer exatamente o contrário daquilo que é a Lei de Deus.

Nós estamos vivendo uma época de crise por todos os cantos. Por quê? Porque, uma vez que somos concebidos no pecado original, nossa tendência é, justamente, a de darmos largas às nossas paixões, darmos largas às nossas inclinações. E nossas inclinações nem sempre são boas, pelo contrário, uma vez que somos concebidos no pecado, nossas inclinações têm que ser más; e muitas vezes nós queremos algo que não é de acordo com a Lei de Deus, queremos algo que não é de acordo com a própria lei social.

A disciplina põe as nossas inclinações, os nossos delírios de fazer a própria vontade, põe tudo nos eixos. Como reunir os povos? Como fazer com que os povos louvem a Deus; dêem a Deus toda a glória que devem dar? Só mesmo dentro de uma vida disciplinada, não há outro meio.

Nós vemos, no próprio Evangelho, Nosso Senhor dizendo a este que pergunta: “Senhor, quantos se salvam? São muitos ou são poucos os que se salvam?” Nosso Senhor não responde. Nosso Senhor diz: “Preparai-vos para empregar todo esforço possível para passar pela porta estreita!”. É passando pela porta estreita que nós depois participaremos do banquete eterno.

E assim sendo, nós estamos, nesta Liturgia, sendo convidados a uma vida disciplinar.

O pouco que se possa aplicar hoje em dia, de correção, de orientação, o pouco que se possa empregar de educação, de formação na linha da educação: aceitem! Aceitem com amor; aceitem com alegria. Porque assim que nós nos transformamos em varões, em damas, de valor e de categoria!


[1] Trecho de homilia de 26 de agosto de 2007.

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